Engulo palavras que não passam pela garganta.
Mastigo e digiro cada letra, saboreio significados. Doces.
Salgados.
Mas quando preciso de palavras, só me aparecem estas
pastosas frases para crianças e doentes.
Inócuas aos dentes.
Prefiro então não digerir.
Da sopa de sobras, não ofereço uma colher.
De gosto de esgoto.
Desgosto.
Ofereço - quando posso - um vômito conciso e lacônico,
esmerada refeição para moscas.